MOFSF | A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NA ATUALIDADE
16435
single,single-post,postid-16435,single-format-standard,ajax_fade,page_not_loaded,,columns-4,qode-theme-ver-10.0,wpb-js-composer js-comp-ver-4.12,vc_responsive
 

A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NA ATUALIDADE

medicocalil

A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NA ATUALIDADE

O profissional da área médica que estabelece uma boa relação com o seu paciente tem uma grande chance de evitar problemas futuros. Com certeza.
A relação – médico-paciente – está regulamentada na Resolução n°. 1831 do Conselho Federal de Medicina, nos artigos 31 a 42, que aprovou o Código de Ética-Médica.
A relação médico-paciente passou por mudanças significativas. Hoje, a figura existente daquele antigo “médico da família”, que acompanhava de perto todos os problemas de saúde dos pais e dos filhos, perdeu espaço para as diversas especialidades e subespecialidades. A cada dia a especialização da medicina é maior, dificultando enxergar o paciente como um todo. O imenso progresso no campo da tecnologia já tem substituído o relacionamento humano com o doente. Ambos são fundamentais para o sucesso no tratamento.
Alguns profissionais atribuem à tecnologia um papel mais importante do que a sua própria atuação e percepção. O paciente mesmo quieto fala e somente o médico é capaz de ouvir o silêncio de seu paciente. Isso é a experiência profissional, o dia-a-dia.
Nenhum exame, por si só, é capaz de revelar quais são as condições sociais e culturais deste ou daquele doente. Quem diz isso é o paciente. A fim de contextualizar este cenário, um indivíduo, portador de síndrome do pânico, geralmente reporta um quadro de doença instalada e profundo mal estar, mas os exames não indicam nenhuma anormalidade. Nesse caso, o bom diagnóstico é feito pela cuidadosa anamnese e através da relação entre o médico e o paciente.
É fato cada vez mais incontroverso a redução do tempo de consulta. A classe médica aponta como causador desse problema os baixos valores pagos aos médicos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e às operadoras de planos de saúde – responsáveis pela maioria dos atendimentos.
Outro fator preponderante para distanciar o médico do paciente é a linguagem técnica utilizada nos atendimentos. O paciente muitas vezes fica sem entender direito o seu problema, suas causas ou mesmo as alternativas de tratamento, tudo em razão tanto desta linguagem, como também do tempo cada vez menor dos atendimentos. À exceção, talvez, das consultas particulares.
Em meio aos avanços da ciência e também dos problemas do sistema de saúde do país, estabelecer uma relação próxima entre o médico especialista e o paciente é um dos grandes desafios da medicina moderna.
Muito embora o médico possua o conhecimento para diagnosticar e tratar o problema de saúde, o paciente não deve nem pode sentir vergonha ou receio de perguntar o que quiser e de pedir novas explicações. A atuação do médico é importante, mas a conduta do paciente também pode ajudar muito para a realização de uma boa consulta. A medicina moderna entende que a relação médico-paciente é um encontro entre dois especialistas: um é o técnico – o médico – e o outro o conhecedor da queixa e dos detalhes que possivelmente auxiliarão a tratá-la.
A boa comunicação contribui para a adesão do doente ao tratamento e facilita o clima de confiança.
Sendo assim, é possível conceituar a relação médico-paciente ideal como uma relação de natureza profissional, de confiabilidade recíproca, de honestidade, de direito e deveres do médico e do doente e imbuída de humanismo e compaixão com aquele que está sofrendo.
Quando paciente e médico se desentendem, pouco importa a razão, o papel do advogado, juiz primeiro de qualquer caso, é fundamental para, num primeiro momento, a conciliação, e restando ela sem sucesso, para enfrentar as ações administrativa e judicial.

Por: Ricardo Calil

No Comments

Post A Comment